terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Trovão. Chuva. Insónia.

O vidro treme quando irrompe o brilho relampejante do céu. Mas nem as vibrações da natureza enfurecida conseguem tocar ao de leve na insónia que sobre mim paira.

Levanto-me; e tacteando acendo a luz. Olho-me ao espelho; as negras olheiras aparecem como um baixo-relevo na minha face. Abro a torneira, encho o copo, mas não bebo a água. Se o meu corpo reclama um leito para descansar, a minha mente corre e divaga - não a consigo agarrar. Sinto até que a vislumbrei numa fuga apressada através da fechadura. E agora, que farei neste quarto escuro?

Espero a luz do dia que virá.


Ainda chove lá fora.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Dois anos depois...

... estou mais velho.
... estou mais aberto.
... estou mais trengo.
... estou mais livre.
... estou mais maluco.
... estou mais desafinado.
... estou mais pragmático.
... estou mais atrasado.
... estou mais racional.
... estou mais resignado.
... estou mais atento.

Mas continuo contraditório, como sempre. Maybe it's because I'm still a human being.