"Em geral, no processo de projectar, o que depois se verifica ser referência, não nasce como uma citação. O que sucede é que a nossa cabeça está cheia de imagens e elas acorrem espontaneamente. [...] Porque o processo de projectar, no início, faz-se de forma muito global, quase nebulosa. Portanto, o que vem de referências não é citação; é a carga que tem o nosso computador pessoal e intransmissível."
Álvaro Siza Vieira, Arquitecto
Encontrei esta citação no Google sobre o início das coisas. Esse princípio, global, quase nebuloso. No meu caso poderia dizer: Para quê começar a escrever um blog? E as imagens, motivos e referências "acorrem espontaneamente":
"Porque os blogues estão na moda."
"Porque a blogosfera é um espaço de debate."
"Porque me apetece ter um blog."
"Porque me apetece ter um passatempo."
Eu, por mim, estou a criá-lo porque no dia da passagem de ano disse que este ano ia criar um blog. É uma razão ridícula, dirão alguns. E acrescentarão: "Já vais com oito dias de atraso."
Bem, digamos que ela é apenas a causa próxima. Ao começar a escrever o blog, tenho também a convicção pessoal que um blogue pode ser o modo de me situar no mundo, de forma irrepetível, original, criativa. Ou talvez mais correctamente: "recriativa", na medida em que resulta da nossa leitura personalizada das referências, dos acontecimentos que se vão passando ao nosso lado.
É com esta convicção que estou a começar este projecto - uma (re)construção do que me (e nos) rodeia.
Sem comentários:
Enviar um comentário